06/04/2018

Nota do Cimi sobre a ordem de prisão contra o ex-presidente Lula

O Cimi manifesta solidariedade ao ex-presidente Lula frente à ordem de prisão vigente. Tal decisão é parte da estratégia dos grandes conglomerados empresariais, de capital nacional e transnacional, que buscam dar sequência ao processo rapinagem de direitos

Povos indígenas do Ceará em manifestação contra a prisão de Lula, ocorrida nesta sexta-feira, dia 6, em Fortaleza

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) manifesta solidariedade ao ex-presidente Lula frente à ordem de prisão vigente contra ele e expressa entendimento de que tal decisão é parte da estratégia dos grandes conglomerados empresariais, de capital nacional e transnacional, que buscam dar sequência ao processo neocolonialista de rapinagem dos direitos do povo brasileiro e dos bens naturais de nosso país.

Enquanto parte do Judiciário se curva aos interesses privados elitistas baseando decisões persecutórias num pseudo discurso anticorrupção, os ruralistas consumaram um megacalote do agronegócio contra os cofres públicos da União nesta terça-feira, 03. A aprovação, pelo Congresso Nacional, de desconto integral em multas e juros de grandes proprietários rurais causou um rombo de 15 bilhões ao Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural). Ao mesmo tempo, o Governo Temer se apressa para privatizar a Eletrobrás, empresa pública estratégica para a soberania nacional, a maior do ramo na América Latina, por 12 bilhões. Ou seja, os conglomerados empresariais do agronegócio e os ruralistas, seus asseclas, surrupiaram do povo brasileiro mais que uma Eletrobrás inteira essa semana. Aproveitaram-se também para isso da distração promovida por veículos comercias de comunicação e por grupos de extrema-direita contra o Habeas Corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal (STF).

A pressa inconteste e seletiva na tomada da decisão pela prisão de Lula pelos serviçais do Capital, apoiados por grupos midiáticos tradicionais e de nova geração, todos financiados por instituições de classe, demonstra a falta de limites na agressão a direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição Brasileira. A prisão de um ex-presidente sem a apresentação de provas que sustentem a acusação é uma violência política em si e, para além disso, escancara as portas da perseguição, da criminalização e da repressão contra lideranças e movimentos sociais que ajudam a organizar a resistência contra a rapinagem de direitos da população e do patrimônio público no país. O golpe contra o povo, seus direitos e suas esperanças avança a passos largos. Hoje é o Lula, amanhã poderá ser qualquer um de nós.

Brasília, DF, 06 de abril de 2018

Conselho Indigenista Missionário (Cimi)

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